domingo, 31 de agosto de 2008

Primeira Chuva

Você já sentiu o cheiro de primeira chuva?

Possivelmente, mas talvez nem tenha notado... Então deixa eu reformular a pergunta:

Você já
sentiu o cheiro de primeira chuva?

Não é como o cheiro das chuvas que se seguem. Estas, pesadas, já estão cansadas, caindo mais por obrigação do que por qualquer outra coisa. Mas a primeira chuva, aquela que chega de de mansinho, inesperada, quebrando longo período de seca, como um filhote que se afasta da mãe para tentar descobrir o mundo, esta sim, tem um cheiro para se sentir.

É um cheiro sutil, suave e sóbrio. Um cheiro de recomeços. O prenúncio da primavera. O prenúncio de primaveras. Dá para sentir o ar de esperança que ela traz, dos sonhos que ela desperta e dos sonos que ela faz questão de serenar, do súbito alvorecer de novas amizades, amores e paixões e da elevação da inspiração de jovens e bobos poetas que, assim como eu, dão tanta importância a um simples cair de chuva...

Maior Mistério

Qual o sentido disso tudo?
Qual meu sentido nisso tudo?
Tenho sentido isso tudo,
mas eu ainda sou um mudo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Fragmentos crus de um dia ruim.

Já tenho medo até das
Palavras que saem da minha boca.
Minha voz cheia de espinhos
Afiada como uma espada
Se entristece quando dou lugar
Ao outro eu tão arrependido.

Agora quero que você ouça.

Se é minha voz seu repelente,
Fique com minha sombra somente.
E se vire com o meu silêncio.
Ouça nada mais que o meu silêncio...

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Juro que me esforço
Mas eu não consigo
Ser um cara assim legal
E ter um compromisso.
Pois não sou digno
De confiança
Mas tenho esperança
Na minha própria mudança
Sem merecer confiança.

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Você gosta da minha letra?
Não.
Você gosta da minha melodia?
Não.
Então por que não vai embora?
Por quê? Porque!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Inspiração?

Era uma vez
Tudo que eu ia dizer.
Em menos de um segundo,
Eu ganharia o mundo.

Aí percebi:
Todos 'tavam ali e
Todos 'tavam ausentes.
Só sobrou o silêncio.

E é no silêncio
Que eu sinto ainda menos,
Que eu sinto ainda mais
E tudo se esvai.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Como Não Se Deve

Só cometendo erro atrás de erro
Mais essa venda em meus dois olhos
É que pretendo arriscar acerto
Aí passa o tempo, passam horas...
Mas estou vendo, não mereço.

Sei que isso tudo já foi dito
E dito. E dito. E dito...
E cujo. E cujo. E cujo...
E fujo. E fujo. E fujo...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Manhã Musical

Olhe lá, saiu o sol. Acorde!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O Lado Bom

Vou defender o direito da vida
Usando um revólver e um canhão.
Mas se alguém me perguntar,
eu digo que não.

Mortos andando na Terra,
Vivos perdidos no chão.
Qual seria a diferença?
Sou fraco ou sou são?

Vou proteger minha mãe querida
Usando um revólver e um canhão
Mas se alguém me perguntar,
é provável que não.

De graça eu tenho o que me custa
E de custo eu tenho o que é de graça
Vou defender o direito de música
Antes que veja minha máscara

Atira o tiro, tira, VIVA!
Avisa sino, passarinho