quinta-feira, 23 de julho de 2009

Declarações Aleatórias #9

Eu tinha pensado antes em chamar o blog de Si Bemol.
Mas vejo hoje que mi menor faz bem mais sentido.

Planalto

O que vou dizer aqui não é nada de novo. Se você é daqueles que só gosta de ler novidades ou está aqui esperando um texto com uma idéia genial e inovadora, melhor desistir. Tire essas pré-disposições da cabeça, pois você vai se frustrar. Ou melhor, pare de ler agora mesmo. Nem vale a pena continuar daqui.

Olha, eu avisei!

Há uma cidade louca no meio do 'deserto'. A "prisão ao ar livre", de acordo com Clarisse Lispector. A cidade do céu imenso e do horizonte infinito. A cidade do concreto branco e da luz estourada. A síntese das qualidades e dos defeitos do povo brasileiro elevada de uma forma que parece ser caricata. Uma cidade onde tudo é longe, mas parece perto. Uma cidade fria que parece acolhedora. Uma cidade solitária. Uma cidade que se defende, somente. De uma ameaça que às vezes nem vem. E nem virá. Uma cidade de cilma seco, mas capaz de temporais. Cidade de um céu oceânico e de oceano distante. E muito distante.

Mas, por algum motivo, a cidade deixa um pouco de saudades, mesmo quando você sai só um pouquinho.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Escrever pra quê?

A gente escreve pra lembrar.
A gente escreve pra esquecer.
A gente escreve pra desabafar, pra deixar pra lá
sem deixar.
A gente faz o que for capaz.
A gente escreve pra se sentir.
A gente escreve pra esculachar.
A gente escreve pra iluminar aquele caminho
que já é claro.
A gente escreve pra tentar.
A gente escreve pra se inspirar.
A gente escreve quando já está todo inspirado,
talvez não.
A gente escreve pra aparecer.
A gente escreve pra mostrar
para todo esse mundo afora logo saber que
estamos lá

No fim das contas,
a gente escreve pra ser
pra sempre.

sábado, 11 de julho de 2009

Brasília em Julho em Brasília

Brasília em julho tem um cheiro específico. Algo meio gelado-seco-nostálgico. Me tirem de órbita, não me digam a data e quando voltar, pelo cheiro, saberei se é julho em Brasília.

Eu fico pensando em todos os anos que passaram. Desses 19 julhos de existência, acho que pelo menos uns 12 eu passei em Brasília. Julhos de viagens a Valparaíso. Julhos de jogar Pokémon Blue (e logo, Pokémon Silver) nos GameBoys dos primos. Julhos de dizer que você tem 8 anos na entrada do Zoológico quando, na verdade, tem 12. Julhos de ir pra Apcef e queimar o pé no gramado sintético pensando que nem esquenta. Julhos de ir pra Taguatinga e tomar Guaraná Antártica só pra pegar o Pokémon que vinha na tampinha (Pokémon era recorrente, hehehe). Julhos de curtir a comida da avó feita especialmente pra você. Julhos de jogar Nintendo 64 no apartamento do meu primo que ainda não se mudou. Julhos de brincar de caça ao tesouro embaixo do bloco. Julhos de jogar o jogo do Mickey no Super Nintendo. Julhos de ir pro Parque da Cidade e brincar no foguetinho e comer algodão doce. Julhos de ainda ter tamanho pra entrar na piscina de bolinha do Mc Donald's. Julhos de ficar ao redor na fogueira na fazenda do tio porque faz um frio Alascal. Julhos de viajar uma semana antes do meu irmão porque ele pegou catapora. Julhos de voltar uma semana antes do irmão porque eu peguei catapora. Julhos de ver a Ivete Sangalo desembarcando do avião em que você vai embarcar. Julhos de achar que tudo é imenso e que a cidade é mágica.

Julhos de uma nostalgia barata mas que faz questão de tocar no fundo do peito quando se lembra que eles nunca vão voltar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Divagações Aleatórias #1

Se a roupa tradicional da mulher fosse a calça e o vestido fosse uma vestimenta revolucionária, como seriam as plaquinhas dos banheiros?

Não-soneto

Nos últimos cinco dias
pensei poder fazer
tudo que eu demoraria
cinco anos, mas você
e sua mente fria
disse "eu não sei..."

As últimas duas horas
Foram horas a mais,
correm soltas afora
E esquecem que, aliás,
Nosso amor foi embora
Mas sobra "mas"

Os últimos segundos
Sorrateiros e desvairados
Feios e imundos
São a lembrança árdua
De que todo o mundo
Não esperará-nos