terça-feira, 4 de agosto de 2009

Carta do Vento

E somos todos feitos de vento, essa massa invisível e inconstante que circula diante de teus olhos, entre teus dedos, em todo lugar que te cerca e além.

E sendo vento, às vezes mudamos direção, mudamos humor, mudamos o que trazemos e mudamos o que levamos. E sendo vento, não temos, apenas carregamos. Quando somos brisa, trazemos a refrescância de um litoral. Quando somos furacão, levamos tudo que há de mais valioso. Para sempre.

E como vento, ventamos a todos os lugares. Alcançamos até o mais distante horizonte sem nunca precisar tocá-lo. A aparente frustração, é, na verdade, nossa maior realização. E como vento, e como ventamos... Circulamos...

E somos todos feitos de vento. Vendo que não nos satisfaz a restrição do espaço, espaçamos. Não se contentar com o que nos é mostrado é nossa natureza. E, como vento, nos vamos. Vamos ventando, vês? E isto é um adeus... pra sempre...

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