quinta-feira, 8 de março de 2012

Sem Título XI

Olhos seus
Podiam ser
de qualquer cor

Azuis como o céu
Profundos como o mar
Penetrantes como frio gelo
pr'arrepiar até a raiz do fio de cabelo
mas não

Verdes como limão
Agridoces com um gosto de mistério
Ou leves como a brisa que balança as folhas
das árvores da mata na manhã de verão
mas não

Pretos como o breu
Incógnitos e firmes
Que obrigam a chegar um pouco mais perto
pr'apreciar o castanho que lhe consiste
mas não

Não ao céu
não ao limão
não ao breu

Pois eu já sei
nenhuma canção
pode dizer como é
a sensação
de ver os seus olhos
assim, cor-de-mel.