segunda-feira, 4 de maio de 2009

Trinta minutos e duas elipses sentado no chão

Parei e sentei naquele lugar onde não seria qualquer um para me achar, somente alguém que soubesse quem e onde procurar. Era o que eu queria, mas era improvável que acontecesse. Um, quatro, quatro, um, um, quatro, quatro, um.

Foi quando nada aconteceu. Aquele funcionário que não passaria não passou. Aquela conversa distante que não cessaria não cessou. Aquela paz que não inundaria o meu ser não o inundou. Espirais e coberturas. Sorvetes, prédios e segundo andar.

Meu lápis parou. Econtra-se aqui uma elipse de duas horas, no mínimo. Palavras que não viriam a ser escritas não foram escritas. Um buraco. Palavras que não viriam a ser faladas não foram faladas. Outro buraco. E assim ficou. Mais buraco. Javali e borracha na ponta oposta à ponta do lápis.

Outra elipse. Não contei, dessa vez, quanto tempo passou. Talvez tenha sido uma elipse psicológica. Talvez se passaram dois segundos, mas me durou uma eternidade. Corredor. O que corre e o de correr. Fluxo interminável de palavras num pedaço de papel.

Estava parado naquele lugar onde alguém me acharia, mas ninguém me achou. Noto aqui uma quebra de padrão. Talvez esse ninguém seja um cara legal. Pode ser que alguém com quem eu deva fazer amizade. Pelo menos por enquanto.

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